sexta-feira, 23 de julho de 2010

Do it


Tá cansada, senta
Se acredita, tenta
Se tá frio, esquenta
Se tá fora, entra
Se pediu, agüenta
Se pediu, agüenta...

Se sujou, cai fora
Se dá pé, namora
Tá doendo, chora
Tá caindo, escora
Não tá bom, melhora
Não tá bom, melhora...

Se aperta, grite
Se tá chato, agite
Se não tem, credite
Se foi falta, apite
Se não é, imite...

Se é do mato, amanse
Trabalhou, descanse
Se tem festa, dance
Se tá longe, alcance
Use sua chance
Use sua chance...

Se tá puto, quebre
Ta feliz, requebre
Se venceu, celebre
Se tá velho, alquebre
Corra atrás da lebre
Corra atrás da lebre...

Se perdeu, procure
Se é seu, segure
Se tá mal, se cure
Se é verdade, jure
Quer saber, apure
Quer saber, apure...

Se sobrou, congele
Se não vai, cancele
Se é inocente, apele
Escravo, se rebele
Nunca se atropele...

Se escreveu, remeta
Engrossou, se meta
E quer dever, prometa
Prá moldar, derreta
Não se submeta
Não se submeta...


Lenine

quinta-feira, 22 de julho de 2010

OpS! Cheguei aos 30


Tentarei em algumas linhas, fazer uma pequena retrospectiva dos meus anos até aqui vivenciados. Começarei então por minha infância, lembro-me com nitidez de fatos significativos que marcaram de forma positiva meu caminho. Falo das brincadeiras de boneca, com minhas amigas do bairro, dos passeios com minha mãe à praia nas manhãs de domingo, das idas as apresentações da orquestra sinfônica da Paraíba, da bica, andar de patins no Espaço Cultural entre outras coisas. Foram momentos que guardo num catinho especial e aconchegante do meu coração.

Logo após veio a fase transitória cheia de questionamentos e dúvidas, onde não sabia exatamente como proceder em determinadas situações. Época também, onde afloram os primeiros sentimentos, mente e corpo começam a sentir os efeitos: coração acelerado, mãos trêmulas, pernas cambaleantes,...tudo isso apenas ao ver a pessoa querida. Foi nesse período que despertei para a realidade da vida e comecei a ter senso crítico, descobrindo Legião Urbana, Paralamas, Mutantes, Secos e Molhados passando por Beatles, Joplin, Joe, Clapton junto a suavidade da música clássica. Período de inúmeras e grandes descobertas. No final da adolescência ganhei meu maior presente, falo da chegada de minha filha (hoje com 10 anos) Quetsia. A partir desse acontecimento que minha vida ganhou outro sentido, e descobri o AMOR MAIOR DO MUNDO.

Veio com isso o amadurecimento, os primeiros empregos, entre os quais destaco Teatro Ednaldo do Egypto e Fundação Casa de José Américo, onde fiz grandes amigos.

Hoje me considero uma mulher de trinta realizada, tenho ao meu lado uma filha e marido maravilhosos, são eles a minha fortaleza. Tenho alguns tantos planos na cabeça, penso em forma-me em pedagogia e ou psicologia e especializar-me em cinema_ (risos)

Gosto de Filosofia, fotografia, teatro, frevo, documentário, livros, mainha, papa, Kekel, Dodô, irmãs, Sushi, organização, Augusto dos Anjos, descoberta, pipoca, sorrisos, decoração, cores, sentir, cozinhar, simplicidade, determinação...

...e que venham os próximos trinta sem grandes grilos, claro!

quarta-feira, 21 de julho de 2010






Elisa Lucinda

Dorme tensa a pequena
sozinha como que suspensa no céu
Vira mulher sem saber
sem brinco, sem pulseira, sem anel
sem espelho, sem conselho, laço de cabelo, bambolê

Sem mãe perto,
sem pai certo
sem cama certa
sem coberta,
vira mulher com medo
vira mulher sempre cedo

Menina de enredo triste,
dedo em riste,
contra o que não sabe
quanto ao que ninguém lhe disse.
A malandragem, a molequice
se misturam aos peitinhos novos
furando a roupa de garoto que lhe dão
dentro da qual menstruará
sempre com a mesma calcinha
sem absorvente, sem escova de dente,
sem pano quente, sem O B.
Tudo é nojo, medo,
misturação de “cadês”.
E a cólica,
a dor de cabeça,
é sempre a mesma merda,
a mesma dor,
não ter colo,
parque
pracinha
penteadeira,
pátria.
Ela lua pequenininha
não tem batom, planeta, caneta,
diário, hemisfério.
Sem entender seu mistério,
ela luta até dormir
mas é menina ainda;
chupa o dedo.

E tem medo
de ser estuprada
pelos bêbados mendigos do Aterro
tem medo de ser machucada, medo.
Depois menstrua e muda de medo
o de ser engravidada, emprenhada,
na noite do mesmo Aterro.
Tem medo do pai desse filho ser preso,
tem medo, medo

Ela que nunca pode ser ela direito,
ela que nem ensaiou o jeito com a boneca
vai ter que ser mãe depressa na calçada
ter filho sem pensar, ter filho por azar
ser mãe e vítima
Ter filho pra doer,
pra bater,
pra abandonar.

Se dorme, dorme nada,
é o corpo que se larga, se rende
ao cansaço da fome, da miséria,
da mágoa deslavada
dorme de boca fechada,
olhos abertos,
vagina trancada.
Ser ela assim na rua
é estar sempre por ser atropelada
pelo pau sem dono
dos outros meninos-homens sofridos,
do louco varrido,
pela polícia mascarada.

Fosse ela cuidada,
tivesse abrigo onde dormir,
caminho onde ir,
roupa lavada, escola, manicure, máquina de
costura, bordado,
dança, pintura, teatro, abraço, casaco de lã
podia borralheira
acordar um dia
cidadã.
Sonha quem cante pra ela:
“Se essa Lua, Se essa Lua fosse minha…”
Sonha em ser amada,
ter Natal, filhos felizes,
marido, vestido,
pagode sábado no quintal.

Sonha e acorda mal
porque menina na rua,
é muito nova
é lua pequena demais
é ser só cratera, só buracos,
sem pele, desprotegida, destratada
pela vida crua
É estar sozinha, cheia de perguntas
sem resposta
sempre exposta, pobre lua
É ser menina-mulher com frio
mas sempre nua.

segunda-feira, 19 de julho de 2010


"Imagine que não há paraíso
É fácil se você tentar
Nenhum inferno abaixo de nós
E acima de você apenas o céu
Imagine todas as pessoas
Vivendo para o hoje
Imagine não existir países
Não é difícil de fazê-lo
Nada pelo que lutar ou morrer
E nenhuma religião também
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz
Talvez você diga que
eu sou um sonhador
Mas não sou o único
Desejo que um dia
você se junte a nós
E o mundo, então, será como um só
Imagine não existir posses
Surpreenderia-me se você conseguisse
Sem ganância e fome
Uma irmandade humana
Imagine todas as pessoas
Compartilhando o mundo
Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas não sou o único
Desejo que um dia
Você se junte a nós
E o mundo, então, será como um só"
.
Jonh Lennon

Os EUA contra John Lennon


. .
Os EUA contra John Lennon é um documentário que chega no momento certo - ainda que, para fãs do ex-beatle, toda hora é hora para Lennon, pois além de contar a vida do cantor e compositor inglês durante um período específico, também trata de assuntos atuais e relevantes, como a liberdade de expressão, o abuso de poder do governo, os horrores da guerra e a importância da paz mundial.

O carisma, a inteligência e a paixão de Lennon estão traduzidos nesse documentário fascinante. As idéias, a música e a voz de John acompanham o espectador, e ecoam na nossa cabeça horas depois de o filme terminar. Era isso que Lennon queria. No documentário, ele convida seus fãs a agir e a dizer não à apatia. Ainda que algumas letras pareçam ingênuas e utópicas, elas renovam as esperanças de um mundo melhor. "You may say I'm a dreamer, but I'm not the only one. I hope some day you'll join us and the world will live as one.