quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Abraço à causa


Numa manhã de domingo, quando me preparava para almoçar com a família, ouvi o grito de minha filha:

- Mainha, vem cá!

Na hora, pensei rápido: deve ser para assistir  a mais algum vídeo engraçado no youtube.

-Daqui a pouco, filha. Respondi.

Ela insistiu, insistiu, insistiu...e desistiu.
Ficou chateada...
Percebendo um ar de tristeza em seu rostinho, perguntei:
 
- O que houve Kekel?

- Patrícia está doente, precisou até de transfusão de sangue e está fazendo quimioterapia.

-Como assim, como foi isso?...Você deve estar enganada!

E ela concluiu:

 - Veja o que Patrícia escreveu no perfil  do seu Orkut.

Ao ler a mensagem, soube que se tratava de “Leucemia Miquelóide Aguda”,  e que a recuperação seria com transfusões de sangue e quimioterapia. Minha reação imediata foi um misto de tristeza e nó na garganta. Na hora fiz uma pesquisa no google, para esclarecer do que se tratava exatamente, pois as informações que conhecia eram muito vagas. 

Procurei por algo que pudesse fazer de imediato, coincidentemente temos o mesmo tipo sanguíneo (0-), li que poderia doar sangue, e também coletar uma amostra do mesmo para testes  de compatibilidade de Medula óssea. Faria o mais rápido possível, sem pestanejar!

Na manhã de segunda-feira, liguei para o órgão responsável no Recife – HEMOPE - pelas doações e soube com mais clareza como seriam todos os procedimentos.

Abracei a causa, acho que na verdade, esse assunto só bate à porta quando pessoas próximas estão passando por esse tipo situação. Tive a oportunidade de assistir a alguns filmes e documentários sobre o assunto, mas percebi que a coisa “pega” quando envolve os seus.

Devo confessar que tive medo de ligar para minha amiga Patrícia. Já fazia alguns bons anos que não nos víamos, mas a amizade que outrora nos uniu, jamais saíra de minha boas recordações. Lembro-me com nitidez das vezes em que íamos eu e Kekel(ainda pequenina) a sua casa e passávamos horas a fio conversando sobre os mais variados assuntos. Comentávamos sobre os planos a serem alcançados, gargalhávamos sobre as situações vivenciadas, e como bem gosta de comentar Rodolfo:”Falávamos mal da vida dos outros” (risos). Ah, minha amiga...quantas lembranças!

Bom, não vou mais me estender, quero que você saiba que,se já te admirava antes por seu esforço e dedicação com seus lindos filhos, agora ainda MAIS com sua força e determinação na luta contra o cancer. Quando ao ligar pra você, sem saber ao certo como proceder e o que dizer,  escutei sua voz do outro lado às gargalhadas, dizendo, "Eu sabia que você ficaria nervosa, Nadja, eu te conheço”. Aquele comentário me tranquilizou e me encheu de felicidade ao perceber o quão forte você É, minha amiga.

Estamos com você nessa luta!

Nadja Rolim