Cheguei!!! Nossa! Depois de passado quase um ano do início do nosso relacionamento, pude enfim ficar um pouco mais próximo de você, de sentir realmente seu coração um pouco mais perto.
Lembro-me como se fosse hoje, da primeira ligação: o meu “olá” tímido, as conversas ao telefone sempre à noite, a sua voz vibrante na notícia da nomeação do banco, as mensagens no celular... Houve um dia que contei trinta e uma. Putz!... As conversas sempre tão francas e abertas, onde relatávamos nossa vida, gostos, afinidades, atitudes diante das situações, os descaminhos, a coragem... Aqueles contatos iniciais foram marcantes e cheios de carinho, admiração e atenção... O nosso respeito recíproco pela vida um do outro.
A viagem até Abreu e Lima - terra até então desconhecida - foi tensa “pacas”. Recordo que na noite anterior não tinha dormido absolutamente nada de tanta ansiedade e já tinha deixado a mochila arrumada quatro dias antes da viagem. Escolhi as roupas indianas mais bonitinhas que tinha, as saias, sandálias de couro e algumas poucas blusas.
Pois bem, no ônibus, aquele tumulto típico de carnaval, onde as pessoas entusiasmadas faziam o maior auê no caminho: batuques, canções e, junto àquela festa, meu coração embalado, parecia explodir.“Ainda falta muito tempo? Tem certeza que esse ônibus tem parada obrigatória em Abreu e Lima?” Perguntava à moça ao lado. “Quando estiver próximo, por favor não deixe de me avisar.”
Olhava atentamente a paisagem pela janela e pensava a todo instante: “será que Rodolfo me encontrará? O que irá pensar quando me vir?” O ônibus pára, e o motorista grita logo em seguida: - “Parada de Abreu e Lima!”Levantei trêmula, tensa pra caramba. Coloquei desajeitada a mochila nas costas e desci vagarosamente os degraus, olhando desconfiada e atenta para todos os lados. Quando menos espero, vi o sorriso aberto que me conquistou. Estava bem ali, um pouco mais à frente, me chamando para o tão esperado abraço e, logo em seguida, o longo e ofegante beijo, em meio àquele calor maravilhoso, naquela troca de energia e suores, sob os aplausos e olhares dos foliões que passavam.
Inesquecível, meu amor! Depois você gentilmente pegou minha bolsa e a colocou em seu carro. Fiquei tão nervosa naquele momento que as minhas pernas trêmulas não queriam obedecer.
No percurso até Olinda, enquanto você nos conduzia com seu jeito alegre e espontâneo, ia me deixando mais calma, embora a timidez, às vezes, quisesse falar mais alto...
Meu anjo, amor, neguinho... Cresço todos os dias junto a você; venço os meus medos e desafios ao seu lado; você preenche todos os espaços, segura a minha mão e me faz acreditar que pode ser possível. Nossas semelhanças na simplicidade, no gosto pelas várias manifestações de arte: cinema, literatura, teatro, orquestra sinfônica, música e cultura popular, nos unem ainda mais...Você me ajuda muito na criação da pequena Quetsia... Neste mês que estivemos aqui, só aumentou a certeza de que te quero sempre, te desejo, te amo! “Sempre é muito tempo, eu sei, mas quero assim mesmo...”
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