quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Fest Aruanda

Vladimir Carvalho, grande documentarista homenageado no festival
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"Aruanda é o filme sobre a Paraíba que mais se tem conhecimento. O documentário cativou platéias de diversos lugares do Brasil e do mundo ao mostrar a realidade do sertão nordestino.
Linduarte Noronha documenta a vida de descendentes de escravos que haviam fundado um quilombo, em Olho d'Água da Serra do Talhado. Nele, vivem à margem de qualquer outra civilização e se sustentam através do comércio de cerâmica primitiva, que são vendidos na feira ao pé da serra.
Em 1960, em pleno surgimento do Cinema Novo, Aruanda mostrou ao resto do país a sua própria pobreza. Glauber Rocha, nome principal do movimento, declarou que o documentário lhe inspirou e "canonizou" o São Linduarte.

Aruanda é a melhor prova da validade, para o Brasil, das idéias que prega Glauber Rocha: um trabalho feito fora dos monumentais estúdios que resultam num cinema industrial e falso, nada de equipamento pesado, de rebatedores de luz, de refletores, um corpo a corpo com uma realidade que nada venha a deformar, uma câmera na mão e uma idéia na cabeça apenas. O que fazer? Aruanda o dizia.
Jean-Claude Bernardet

Noronha e Vieira entram na imagem viva, na montagem descontínua, no filme incompleto. Aruanda, assim inaugura também o documentário brasileiro nesta fase do renascimento que atravessamos apesar de todas as lutas, de todas as politicagens de produção. Pela primeira vez, sentimos valor intelectual nos cineastas que são homens vindos da cultura cinematográfica para o cinema, e não do rádio, teatro ou literatura. Ou senão vindos do povo mesmo, com a visão dos artistas primitivos, criadores anônimos longe da civilização metropolitana, como no caso dos dois paraibanos".
Glauber Rocha
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11 a 15 de dezembro de 2007
JOÃO PESSOA-PB, TROPICAL HOTEL TAMBAÚ
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