quinta-feira, 31 de maio de 2007

Desabafo


Meu Pai, Sávio Rolim...



Ao longo deste ano, na verdade, desde o lançamento do documentário "O Menino e Bagaceira" em outubro de 2004- até esta data ( 21 de novembro de 2005), nada de concreto foi feito no sentido da recuperação do meu pai, o ator Sávio Rolim.
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Apenas um tratamento ridículo na Colônia Penal Juliano Moreira, no qual o acompanhava e onde ficávamos horas a fio à espera dos médicos, numa angústia e aflição que me consumia cada vez mais...
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Em meio àquela tortura, vivendo situações às quais não estava adaptada, passava mal na maioria das vezes, e saía correndo para o trabalho, sem sequer almoçar.
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Quando colocava a cabeça no travesseiro ficada a me questionar do porque daquilo tudo. Não sabia o que sentir... Raiva, revolta, tristeza, angústia...
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Por várias ocasiões me desesperei tentando achar uma saída. Quantas e quantas vezes fui visitá-lo, e passávamos horas a conversar na escadaria do local onde mora.
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Numa dessas não agüentei. Não queria que transparecesse qualquer tristeza em meu olhar, mas não segurei o choro quando o ouvi balbuciar:
- "Minha filha, estou morrendo! Você tem que se acostumar com essa idéia."
Não! Jamais queria ouvir aquelas palavras. Desmoronei a chorar e ele também me abraçou com lágrimas nos olhos pedindo calma. Falei para que nunca mais dissesse aquilo; que iria fazer qualquer coisa para reverter àquela situação.
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Apesar do esforço isolado de pessoas queridas, nada de concreto foi feito pelo Governo do Estado que dispõe da Lei Canhoto da Paraíba que foi criada para proteger artistas paraibanos em situações semelhantes.


Dedico esse texto ao amigo e ator Luíz Carlos Vaconcelos, a única pessoa que de fato nos ajudou,

Um comentário:

Brisa disse...

Me assombro com coisas q sao chamadas de pessoas... com o descaso com q tratam o "semelhante", a vida(e aq falo da preciosidade dos minutos, horas e dias q estao passando e q a costituem).
N podemos ficar apenas horrorizados e imobilizados. Como seu amigo, o homenageado neste texto, temos todos nos muito por fazer pelo proximo, por nossos pais, por nossos filhos, pela vida.